Esses são pequenos trechos de uma história que particularmente estou
adorando escrever, mesmo que falte "inspiração" cada vez que eu leio
as palavras já escritas sinto que vale a pena continuar, mesmo com um futuro
inserto... Me apaixono por ela em todas as leituras.
Dialogo 1º dia
...
-
A lua, sua luz me passa tanto conforto e carinho que não consigo sentir mais
nada além de paz.
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Mas existem várias criaturas na escuridão que podem tentar feri-la.
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Não tenho medo delas.
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E por que não?
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Para ser bem sincera não sei, só sinto que não preciso temer.
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Você não é igual aos outros.
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É disso eu sei, mas não me importo quando estou bem, é difícil, mas já me
acostumei.
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E seus amigos e família?
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Ah essa hora devem estar dormindo, eles não sabem que faço isso, se não iriam
me chamar de louca e me trancar dentro de casa.
-
E não acha que eles estão com a razão?
-
Por um lado tem, mas como eu disse não tenho medo e faria tudo para poder me
sentir assim sempre, a lua é uma ótima companhia.
-
Por que você sente isso?
-
Não sei, mas é tão gostoso, me sinto amada, única.
-
Só com a lua você sente isso?
-
Não, na alvorada também e em alguns crepúsculos, sabe é como, se de alguma
forma eu estivesse mais conectada com a natureza e a vida, me sinto viva de uma
forma muito intensa, sinto a noite, o dia, sinto a essência de tudo.
...
Dialogo 3º dia
...
-
Qual sua cor favorita?
-
Marfim.
-
Branco?
-
Não marfim.
-
Qual é a diferença?
-
Marfim é uma espécie de branco suave dá vontade de tocar em tudo que tem essa
cor para ver a textura ou saber se é real, é uma cor hipnotizante.
-
Nossa, eu pensava que era branco.
- As cores não são simplesmente cores, são essências,
sensações, vida.
...
7º dia
...
Nunca
antes ele teve interesse em sentir a água do mar, e naquela noite sentiu o que
em seus anos de existência nunca antes havia sentido, aquela sensação da vida
percorrendo entre seus pés, o cheiro de sal, o ir e vir das ondas, a fria água
da noite que refrescava e ao mesmo tempo seduzia, a energia se restaurando
passou pelo seu corpo e ele começou a andar mais sentido ao fundo, passou pela
amiga e continuou a caminhar, até sentir em seu braço algo quente lhe prender.
-
Para quem não queria molhar a calça está querendo ir longe de mais.
-
Mas...
-
Você sabe nadar?
-
Não.
-
Então aproveite por aqui mesmo, a sensação não vai fugir, garanto.
-
É incrível.
-
Eu sei, com o tempo vai se querendo mais e mais, venha vamos andar e aproveitar
tal sensação.
-
Não podemos ficar parados e senti-la?
-
Até poderíamos, mas conforme o quebrar das ondas, nossos pés vão afundando na
areia e formar uma cratera não vai ser bom, vamos andar também traz uma
sensação maravilhosa.
Eles
começaram a andar para o lado, com ela o puxando pela mão, pois a cada passo
ele ficava mais fascinado com a sensação de vida, com o movimento, parecia
estar flutuando.
-
Sinta-se um privilegiado.
-
Por quê?
-
É uma das poucas criaturas que realmente consegue sentir e entender tais
sensações.
-
Os humanos não sentem isso?
-
Sim todos os seres vivos conseguem sentir, só que não compreendem, quando
crianças sentem as ondas com toda intensidade especialmente na primeira vez, já
quando são adultos sentem, sem saber o que sentem, sabem que é muito bom, mas
não tem noção de como isso os afeta. Alguns têm, outros perdem com o tempo e
outros ignoram.
-
Como se pode ignorar isso?
- Várias
razões, a principal é colocar o dinheiro e as responsabilidades acima do prazer
de estar vivo, se um dia tiver filhos os ensinarei desde pequenos a apreciar
cada pequeno sabor de viver, isso inclui a natureza.
- Fascinante.
...
Pode até ser que o mundo nunca venha conhecer essa história, mas em minha existência, ela tem destaque e vida...
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